MANIFESTO AO VI ENCONTRO CONTINENTAL DE SOLIDARIEDADE A CUBA
MÉXICO, 06 A 09 DE OUTUBRO DE 2011
Companheiras e companheiros da solidariedade a Cuba
Ao representarmos a Associação Cultural José Marti do Estado do Rio Grande do Sul, neste VI Encontro Continental de Solidariedade a Cuba, na Cidade do México, saudamos a todas e todos que se empenharam na organização deste encontro e, em especial, aos participantes que trazem na bagagem a disposição de avançar mais uma etapa nesta longa caminhada que percorremos em apoio a nossa querida Ilha.
Neste manifesto, assinado pela militância da Associação Cultural José Marti, buscamos reafirmar o compromisso que assumimos, há 27 anos, em lutar incansavelmente pela nobre e heróica causa do povo cubano.Ao defendermos a resistência deste povo para manter soberanamente os princípios humanistas da sua Revolução, o fazemos também para que esses princípios se solidifiquem como um referencial de respeito à dignidade e à autodeterminação dos demais povos da nossa América e de todo o mundo.
Companheiras e companheiros, para que se desfaça a hipocrisia e triunfe a verdadeira justiça é fundamental que muitas e muitas vozes se juntem às nossas. Se quisermos "outro mundo possível" necessitamos desmascarar a dupla moral dos sucessivos governos estadunidenses, que não aceitam perder o status auto - concedido de mandatários da humanidade.
Como militantes da solidariedade precisamos unir nossos esforços e reforçar a cada dia a tarefa de denunciar a intolerância do imperialismo e dos seus bajuladores. Dos asseclas que se ajoelham e se dobram em sinal de submissão em troca de esmola e perda de dignidade. Enquanto isso buscamos o direito à verdade, pois aqui todos compreendem a questão de fundo que sujeitou e ainda sujeita milhares de nações a sofrerem humilhações e explorações econômicas, políticas, sociais e culturais.
A forma de governar do imperialismo se despe de qualquer princípio ético ou moral. É contraditória e vergonhosa, pois apresenta um discurso de combate ao terrorismo, ao mesmo tempo em que garante proteção a terroristas cuja missão é a de manchar de sangue a soberania dos povos e atacar os direitos humanos. O mesmo imperialismo que dissemina o terrorismo para beneficiar-se das mentes e das riquezas dos povos, e que na América Latina liquidou todas as democracias e faz da catástrofe um meio de desenvolvimento.
Esse insensato imperialismo impõe bloqueios, compra consciências e atenta contra a segurança dos países. Mantém prisões injustas, ilegais e desumanas. É o caso dos nossos Cinco irmãos cubanos ANTONIO GUERRERO RODRÍGUEZ, FERNANDO GONZÁLES LLORT, GERARDO HERNÁNDEZ NORDELO, RAMÓN LABAÑINO SALAZAR e RENÉ GONZÁLEZ SEHWERERT, encarcerados há 13 anos por defender o seu povo e a sua pátria contra ataques que até hoje ameaçam a tranquilidade e prejudicam o desenvolvimento da nação cubana.
Sabemos que os grupos terroristas que atuam em Miami são reconhecidos pelo perigo que representam não apenas para Cuba, mas inclusive para os Estados Unidos, como foi reconhecido por Henry Kissinger quando afirmou: "na tentativa de derrotar o Governo dos Castros acabamos criando uma monstruosidade". Apesar disso o governo Obama mantém a política intolerante e agressiva dos seus antecessores, e a farsa que culminou na condenação dos Cinco heróis. O povo norte - americano não merece governos que os envergonhe, governos que não satisfazem a sua sede de vingança pela perda dos privilégios quando da Revolução Cubana. Governos que não satisfazem a sua sede de votos, considerados fundamentais no reduto de Miami que, por exemplo, deu a 1ª vitória para o ex - presidente vendedor de guerras, George W. Bush.
Companheiras e companheiros, hoje consta da nossa pauta de discussões outra grave denúncia: novamente a "confusa" juíza federal em Miami, Joan Lenard, manifestou, no último dia 16 de setembro, uma decisão absurda,desprovida de qualquer senso ético e jurídico.Ela declarou que René González estará obrigado a viver os próximos três anos em Miami, no que chamam de "liberdade supervisionada", apesar de cumprir sua sentença carcerária neste 7 de outubro.
Por não ter se inscrito como agente do governo cubano, René que aguardava permissão para regressar ao seu País e reencontrar-se com sua esposa Olga e suas filhas Ivette e Irma, vê o seu sonho ameaçado. Ao invés de estar ao lado do povo cubano e da sua família, deverá permanecer num ambiente hostil onde impera a violência e o terrorismo por ele combatido. Sua vida corre perigo, portanto precisamos empreender - com urgência - novas e vigorosas ações!
Diante dessa abusiva e desumana decisão devemos fortalecer o clamor pela liberdade dos Cinco e exigir o seu imediato retorno para Cuba. No Brasil sabemos o quanto foi importante a pressão e o apoio internacional para trazer de volta ao País os militantes que lutaram contra a ditadura e sofreram no exílio a saudade da sua Pátria, dos seus familiares e amigos.
E para fortalecer a causa de ANTONIO GUERRERO RODRÍGUEZ, FERNANDO GONZÁLES LLORT, GERARDO HERNÁNDEZ NORDELO, RAMÓN LABAÑINO SALAZAR e RENÉ GONZÁLEZ SEHWERERT, é importante que as entidades de solidariedade reforçem ações articuladas com os diversos setores da sociedade organizada e instituições políticas dos seus estados. Também, não poupem esforços para sensibilizar o governo dos seus países.
Neste sentido, no último mês de junho, durante a nossa VI Convenção de Solidariedade a Cuba, a prisão dos Cinco, os atos terroristas e o bloqueio contra Cuba foram denunciados junto ao Tribunal da Consciência, formado por representantes de universidades gaúchas, parlamentares, autoridades dos poderes do Estado, partidos políticos e entidades representativas do judiciário, além de movimentos dos direitos - humanos.
O documento - sentença que resultou do encontro foi entregue - com a assinatura dos participantes - à Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República do Brasil e às Comissões de Direitos Humanos da Câmara e do Senado Federais. Foi enviado, ainda, ao Ministério das Relações Exteriores do Brasil, com a solicitação que se manifeste em favor dos Cinco, e o pedido de apoio para o envio do documento ao Conselho dos Direitos Humanos da ONU, requerendo que tome providências contra as violações do imperialismo, com base em decisões justas e cabíveis.
Ao encerrarmos nossa manifestação queremos também repudiar os estragos causados ao povo cubano pelo oligopólio midiático, que manipula informações para encobrir os interesses políticos e econômicos do imperialismo. Repudiamos, ainda, o vergonhoso apoio da mídia à farsa que culminou na condenação dos Cinco herois.
Um forte e fraterno abraço repleto de esperança em nossa luta!
Por Cuba! Pelos Cinco! Contra o terrorismo e o criminoso bloqueio estadunidense!
Outubro de 2011
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