quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Um veterano de guerra dos EUA se suicida a cada 36 horas

Um veterano de guerra dos EUA se suicida a cada 36 horas


A cada 36 horas, um veterano de guerra nos Estados Unidos cometeu suicídio entre os anos de 2005 e 2010. Esse cálculo é o resultado de um estudo publicado na última segunda-feira (31) pelo CNAS (Centro por uma Nova Segurança Americana, em português). Essas ocorrências, segundo o levantamento, aumentaram significativamente após as guerras no Afeganistão (iniciada em 2001) e no Iraque (em 2003).


“Os Estados Unidos estão perdendo a batalha contra o suicídio entre seus veteranos”, concluem as autoras do estudo, Dras. Margaret Harrell e Nancy Berglass. De acordo com elas, na medida em que as tropas retornarem de suas missões (nos dois países asiáticos), a tendência dessa estatística é aumentar.
Os suicídios na Marinha, Aeronáutica e Guarda Costeira mostraram estabilidade no período estudado. O aumento foi notado principalmente no Exército. Os suicídios ocorridos entre veteranos das Forças Armadas representam cerca de 20% do total dos Estados Unidos.


Causas e soluções paliativas
De acordo com o centro, para diminuir esses números seria necessário um maior investimento do governo, em especial do VA (departamento de assuntos relacionados aos Veteranos, sigla em inglês), em programas de combate a distúrbios mentais. Por sua vez, o órgão governamental possui um programa para lidar com o problema. Segundo ele, foram atendidos mais de 40 mil pedidos de ajuda, o que teria resultado na preservação de aproximadamente 14 mil vidas.


O CNAS afirma que esse número pode ser ainda maior, já que apenas 16 Estados norte-americanos especificam corretamente a quantidade de veteranos mortos em sua taxa geral de suicídios. O VA, em estudo publicado em março de 2010, calculou que o número de suicídios era ainda pior: um a cada 80 minutos entre 2006 e 2009.
Para o CNAS, além da já traumática experiência de participar de uma guerra, um dos fatores que pode explicar esse problema é a taxa de 12% de desemprego que atinge esses militares. Muitos deles também passam pela sensação de se sentirem inúteis ou deslocados quando voltam para suas casas.
O centro sugere algumas medidas específicas para combater essa epidemia. A primeira seria seguir o exemplo dos fuzileiros navais e manter as unidades de combate unidas por um período de “quarentena” após o fim do período de combates. Isso resultaria em uma melhor readaptação à vida normal do que simplesmente mandá-los diretamente para suas casas.
Outra seria incentivar militares que se encontram em depressão a não ter acesso a armas pessoais dentro de suas casas.


Reincidência
Apenas no ano de 2009, 1.868 veteranos que participaram nessas duas guerras cometeram tentativas de suicídio, segundo relatório do VA de 2010. Dessas tentativas, 7% são bem sucedidas, enquanto 11% dos que não conseguiram tirar a própria vida realizam uma segunda tentativa em um período de apenas nove meses.


3 de Novembro de 2011


Fonte: Opera Mundi

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