sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Dilma, em três fases, em “A vida quer é coragem”

Escrita pelo jornalista Ricardo batista Amaral, “A vida quer é coragem”, uma biografia da presidenta Dilma Roussef tem lançamento programado para esta semana - amanhã em Brasília, e 6ª feira, no Rio. O livro traz a trajetória completa de Dilma cidadã, ministra de Estado de Minas e Energia e depois da Casa Civil e candidata à presidência da República.


Em Brasília, amanhã, o lançamento é no Bar Brahma; no Rio, na 6ª feira, na Livraria da Travessa. Segundo o autor, sua narrativa foge da fórmula das biografias autorizadasas e nas 336 páginas ele oferece aos leitores uma “reportagem”, na qual tem a preocupação de inserir em seu devido contexto momentos recentes da história do Brasil.
O livro abrange, basicamente, três fases da vida de Dilma Rousseff: sua trajetória pessoal até ser convidada a trabalhar na equipe de ministros do governo Lula; seu papel naqueles dois governos (2003-2010); bastidores e circunstância que a levaram até a candidatura e a eleger-se presidenta da República.


O senso de lealdade da presidenta
Amaral ressalta ao longo do texto algumas características que, para ele, definem sua personagem: o senso de lealdade de Dilma Rousseff, tanto na vida pessoal, quanto na política; sua capacidade de recomeçar do zero em vários momentos; e sua fixação e ligação profundas à luta contra a desigualdade.


A contracapa do livro
O jornalista Ricardo Amaral teve a oportunidade de conhecer de perto a presidenta, na condição de seu assessor de imprensa nos últimos meses de sua permanência como ministra-chefe da Casa Civil, do governo Lula.
Conviveu com sua personagem, ainda, durante a campanha ao Palácio do Planalto. Por isso, ele recupera vários episódios da vida da futura chefe de governo, a primeira mulher a ocupar o cargo no país. Também reúne vasto material fotográfico reproduzido em 32 páginas de imagens, muitas inéditas.


Aos 22 anos, uma combatente na resistência à ditadura


Entre as fotos tornadas públicas por Amaral, uma ganhou as páginas dos jornais e a blogosfera na semana passada antecedendo o lançamento do livro. É aquela em que a jovem Dilma Rousseff, em 1970, aos 22 anos, aparece diante da 1ª Auditoria Militar (Rio) depois de presa por participar da resistência à ditadura. Na foto seus interrogadores, para não serem identificados, cobrem o rosto com as mãos.
A militante Dilma Rousseff foi levada aos juízes militares 10 meses depois de ter sido presa por agentes do DOI-CODI de São Paulo, onde foi submetida a 22 dias de tortura.
 “A vida quer é coragem” é publicada pela editora Primeira Pessoa, um dos selos da Sextante, e custa R$ 39,90.


Apagão em 2001 determinou futuro da presidenta
E criou janela de oportunidade para 1ª eleição do presidente Lula.


Os desdobramentos políticos do racionamento de energia a que o país foi submetido por oito meses, após sofrer o apagão em 2001 no governo tucano de Fernando Henrique Cardoso, ganham cores vívidas em um dos capítulos do livro "A Vida quer é coragem" que está sendo lançado nesta semana no Rio de Janeiro e em Brasília.
"O apagão foi uma janela que a História abriu para a eleição de Lula, em sua quarta tentativa de ser eleito presidente da República", diz o autor da obra, jornalista Ricardo Batista Amaral. Num trecho do livro, ele lembra, também, a responsabilidade de José Serra por aquele apagão, o que terminou gerando uma contribuição involuntária sua à proximidade entre os presidentes Lula e Dilma.
“A combinação de falta de planejamento com falta de investimentos deixou a sociedade profundamente decepcionada com o governo do PSDB", analisa Amaral. Para ele, Dilma Rousseff, então secretária de Energia do Rio Grande do Sul, era o quadro mais preparado, no PT, para enfrentar o desafio de construir um novo modelo para o setor.
Na visão do autor, foi exatamente o que a futura presidenta fez em sua passagem pelo Ministério de Minas de Energia (2003-2005). “O novo modelo de energia teve grande sucesso e revelou-se muito importante para o governo Lula”, assinala o autor.

Relação de confiança com Lula candidato e presidente
Para Amaral, essas circunstâncias nascidas no apagão tucano em 2001 permitiram que se concretizasse uma relação de confiança entre Dilma e o então candidato e depois presidente Lula, o que pavimentou sua ida para o Ministério - primeiro de Minas e Energia, depois para a Casa Civl. “Ali foi um evento chave para a candidatura de Dilma à presidência”, acredita.
A crise da falta de energia e do racionamento que a ela s seguiu está retratada no capítulo 9 do livro - "Uma luz no apagão". O texto mostra que, curiosamente, José Serra deu uma grande contribuição para abrir a "janela de oportuniddade" para os presidentes Lula e Dilma.
Para quem não se lembra, José Serra como ministro do Planejamento no primeiro governo FHC era o presidente do Conselho Nacional de Desestatização. Foi ele quem incluiu as empresas do setor elétrico federal na lista das privatizações, em 1995. A partir daí os investimentos em geração e distribuição de energia secaram e a crise de oferta foi agravada pelas estiagens prolongadas de 1999 e 2000.





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