PAULO DE TARSO CELESTINO DA SILVA (1944-1971)
Filiação:
Zuleika Borges Pereira Celestino e Pedro Celestino da Silva Filho
Data e local de nascimento:
26/05/1944, Morrinhos (GO)
Organização política ou atividade:
ALN
Data e local do desaparecimento:
12/07/1971, no Rio de Janeiro
Goiano de Morrinhos, Paulo de Tarso estudou no colégio Universitário da Universidade Federal de Goiás, onde concluiu o curso de Humanidades em 1962 e foi escolhido orador da turma. Ingressou na UnB, na Faculdade de Direito, onde se formou, em 1967, aos 23 anos. Foi presidente da Federação dos Estudantes Universitários de Brasília – FEUB. Inscrito na OAB, exerceu advocacia em Goiânia (GO), chegando a fazer sustentação oral em processo no STF. Em outubro de 1968, viajou para a França e fez curso de pós-graduação na Sorbonne. Companheiros de militância política na ALN informaram que, após a morte de Joaquim Câmara Ferreira, ele era um dos principais dirigentes da organização, utilizava o nome-de-guerra “Vovô” e tinha recebido treinamento militar em Cuba.
Seu pai, Pedro Celestino, advogado e deputado federal pelo estado de Goiás, foi cassado pelo AI-5, em 13 de dezembro de 1968. Usou de todos os meios ao seu alcance para descobrir o paradeiro do filho. Em dezembro de 1971, como resposta à solicitação da OAB, seccional de Brasília, o Ministério do Exército chegou a informar que Paulo de Tarso fora preso por autoridades militares, mas que havia sido entregue à Polícia Federal,devendo o Ministério da Justiça prestar informações. Tempos depois, o Ministério do Exército desmentiu o fato, alegando erro.
Em 20/02/1975, o então ministro da Justiça Armando Falcão fez um pronunciamento em rede de televisão para falar sobre 27 desaparecidos políticos, estando dentre esses o nome de Paulo de Tarso. Na versão do ministro, estavam todos foragidos. Em resposta, Pedro Celestino redigiu carta pública a Armando Falcão, que foi publicada no
Jornal do Brasil em 21/02/1975 e em outros jornais do país. No ano anterior já tinha enviado ao general Golbery, homem forte do Governo Geisel, apelando: “
Como cidadão e chefe de família é que dirijo-me a Vossa Excelência, rogando fazer chegar ao presidente da República o meu apelo extremo, depois de ver frustrados todos os recursos
judiciais e extra judiciais permitidos pela ordem jurídica vigente no país (...) para encontrar meu filho. Não venho pedir-lhe que o solte,mas o mínimo que se deve garantir à pessoa humana, isto é, seja processado oficialmente, com o direito de sua família dar-lhe assistência jurídica e principalmente humana”.
Apesar do silêncio e da negativa sistemática das autoridades, as provas acerca da prisão e desaparecimento dos dois militantes foram sendo coletadas. Inês Etienne Romeu, em seu relatório de prisão, testemunhou que, durante o período em que esteve seqüestrada no sítio clandestino em Petrópolis (RJ), conhecido como “Casa da Morte”, dentre outros desaparecidos ali estiveram, no mês de julho de 1971, Walter Ribeiro Novaes, Paulo de Tarso e uma moça, que acredita ser Heleny. Na casa clandestina em Petrópolis, Heleny foi torturada durante três dias, inclusive com choques elétricos na vagina. Paulo de Tarso foi torturado durante 48 horas pelos carcereiros conhecidos por Inês como “Dr. Roberto”, “Laecato”, “Dr. Guilherme”, “Dr. Teixeira”, “Zé Gomes” e “Camarão”. Colocaram-no no pau-de-arara, deram-lhe choques elétricos
e o obrigaram a ingerir grande quantidade de sal. Durante muitas horas Inês ouviu-o suplicando por um pouco de água.
Em 08/04/1987, a revista IstoÉ, na reportagem Longe do Ponto Final, publicou declarações do ex-médico, então lotado no DOICODI/ RJ, Amílcar Lobo, que reconheceu ter atendido Paulo de Tarso quando estava preso nas dependências do DOI-CODI/RJ, sem, no
entanto, precisar a data.
PAULO DE TARSO CELESTINO DA SILVA FILHO
Militante da AÇÃO LIBERTADORA NACIONAL (ALN).
Nasceu a 26 de maio de 1944 em Morrinhos, Estado de Goiás, filho de Pedro Celestino da Silva e Zuleika Borges Pereira Celestino.
Desaparecido aos 27 anos.
Presidente da Federação dos Estudantes Universitários de Brasília. Advogado em
Goiânia.
Em 24 de março de 1971 foi julgado e
condenado à revelia, à pena de 2 anos e 6
meses de reclusão. Foi preso no Rio de Janeiro em 12 de julho de 1971, juntamente com
Eleni Guariba.
Inês Etienne Romeu, em seu relatório sobre sua prisão na “Casa da Morte”, em Petrópolis, afirma que ouviu Paulo de Tarso sendo torturado naquele aparelho clandestino
da repressão, em julho de 1971. Foi interrogado durante 48 horas pelos torturadores conhecidos como Dr. Roberto, Lalcato, Dr. Guilherme, Dr. Teixeira, Zé Gomes e Camarão.
Colocaram-no no pau-de-arara, deram-lhe choques elétricos e obrigaram-no a ingerir
grande quantidade de sal. Durante muitas horas Inês ouviu-o suplicando por um pouco
d’água.
Apesar da denúncia pública da OAB, sua prisão não foi reconhecida.
Em 8 de abril de 1987, a revista “ Isto É”, na matéria “Longe do Ponto Final”, publicou
declarações do ex-médico torturador Amílcar Lobo (cassado em 1989 pelo Conselho Federal de Medicina) que reconheceu que Paulo de Tarso esteve no DOI-CODI/RJ, sem precisar a data.
PAULO DE TARSO CELESTINO DA SILVA (1944-1971)
Goiano de Morrinhos, Paulo de Tarso formou-se em direito em Brasília e fez pós-graduação na Sorbonne, em Paris. Companheiros de militância política na ALN informaram que, após a morte de Joaquim Câmara Ferreira, ele era um dos principais dirigentes da organização, utilizava o nome de guerra “Vovô” e tinha recebido treinamento militar em Cuba.
Foi preso no Rio de Janeiro, no dia 12/7/1971, por agentes do DOI-Codi/RJ, ao lado de Heleny Ferreira Telles Guariba. O pai de Paulo, Pedro Celestino, advogado e deputado cassado pelo AI-5, usou de todos os meios para descobrir seu paradeiro. Em dezembro de 1971, como resposta à solicitação da OAB, seccional
de Brasília, o Ministério do Exército chegou a informar que Paulo de Tarso fora preso por autoridades militares, mas que havia sido entregue à Polícia Federal, mas depois desmentiu o fato, alegando erro.
Em 20 de fevereiro de 1975, o então ministro da Justiça Armando Falcão fez um pronunciamento na TV para falar sobre 27 desaparecidos políticos, entre os quais Paulo de Tarso. Na versão do ministro, estavam todos foragidos. Em resposta, Pedro Celestino redigiu carta pública a Falcão, que foi publicada
no Jornal do Brasil em 21/2/1975 e em outros jornais do país. No ano anterior já tinha enviado ao general Golbery, homem forte do Governo Geisel, um apelo:
Como cidadão e chefe de família é que dirijo-me a Vossa Excelência, [...] depois de ver frustrados todos os recursos judiciais e extrajudiciais permitidos pela ordem jurídica vigente no país [...] para encontrar
meu filho. Não venho pedir-lhe que o solte, mas o mínimo que se deve garantir à pessoa humana, isto é, seja processado oficialmente, com o direito de sua família dar-lhe assistência jurídica e principalmente humana.
Inês Etienne Romeu testemunhou que, durante o período em que esteve sequestrada em local clandestino em Petrópolis (RJ), conhecido como “Casa da Morte”, Paulo de Tarso também passou por lá, no mês de julho de 1971. Ele fora colocado no pau de arara, recebeu choques elétricos e foi obrigado a ingerir grande quantidade de sal. Durante muitas horas Inês ouviu-o suplicando por um pouco de água.
Em 8/4/1987, a revista IstoÉ publicou declarações do ex-médico Amílcar Lobo, que reconheceu ter atendido Paulo de Tarso nas dependências do DOI-Codi/RJ.
Em Petrópolis, RJ, por solicitação da CEMDP, o Ministério Público Federal determinou um
levantamento nos livros de registro dos cemitérios da cidade. O estudo da documentação deu indicações sobre a possível localização dos restos mortais de 19 desaparecidos políticos, inclusive Paulo de Tarso.
Paulo de Tarso Celestino da Silva Filho
Ter, 08 de Setembro de 2009 03:02 Heróis do Movimento Estudantil Militante da AÇÃO LIBERTADORA NACIONAL (ALN).
Nasceu a 26 de maio de 1944 em Morrinhos, Estado de Goiás, filho de Pedro Celestino da Silva e Zuleika Borges Pereira Celestino.
Desaparecido aos 27 anos.
Presidente da Federação dos Estudantes Universitários de Brasília. Advogado em Goiânia.
Em 24 de março de 1971 foi julgado e condenado à revelia, à pena de 2 anos e 6 meses de reclusão. Foi preso no Rio de Janeiro em 12 de julho de 1971, juntamente com Eleni Guariba.
Inês Etienne Romeu, em seu relatório sobre sua prisão na "Casa da Morte", em Petrópolis, afirma que ouviu Paulo de Tarso sendo torturado naquele aparelho clandestino da repressão, em julho de 1971. Foi interrogado durante 48 horas pelos torturadores conhecidos como Dr. Roberto, Lalcato, Dr. Guilherme, Dr. Teixeira, Zé Gomes e Camarão. Colocaram-no no pau-de-arara, deram-lhe choques elétricos e obrigaram-no a ingerir grande quantidade de sal. Durante muitas horas Inês ouviu-o suplicando por um pouco d’água.
Apesar da denúncia pública da OAB, sua prisão não foi reconhecida.
Em 8 de abril de 1987, a revista "Isto É", na matéria "Longe do Ponto Final", publicou declarações do ex-médico torturador Amílcar Lobo (cassado em 1989 pelo Conselho Federal de Medicina) que reconheceu que Paulo de Tarso esteve no DOI-CODI/RJ, sem precisar a data.
HONRA E GLÓRIA AOS HERÓIS DO POVO!
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