quinta-feira, 28 de julho de 2011

A NOSSA QUERIDA DONA HELENA GRECO.

 A NOSSA QUERIDA DONA HELENA GRECO.

Conheci Dona Helena Greco no início dos anos 80 no PT, achava maravilhoso ver aquela senhora, como disse Dirlene, bem mais Velha e tão animada nas discussões e nas saudosas disputas de alto nível dentro do PT. Ah! ... que saudade daquele tempo em que o PT era PT , o Partido inovador, onde nós os trabalhadores e trabalhadoras de fato participávamos e éramos felizes, bons tempos ... e nós lembramos, nossa memória não é curta, como temos costume de ouvir.
Centelha, DS, PT de Massa, PRC, Convergência Socialista, Libilu, quantas siglas e quanta utopia, quanta garra e desejo de mudanças. Éramos movidos pelos sonhos, pela crença de estar participando de um processo histórico de abertura política, de democracia e criação e crescimento de nosso Partido dos Trabalhadores.
Lembro-me chegando eu, minha saudosa irmã já falecida Carminha, Raimunda, Dimas e mais alguns, correndo dentro de seu gabinete na Câmara dos Vereadores na Rua Tamoios, pedindo socorro por termos perdido a convenção e termos sido tão maltratados dentro do PARTIDO. Dona Helena nos recebeu e fomos ali acalentados por aquela mulher que sabia no fundo do coração o que nós PT de Massa, da base , do Caetano Furquim queríamos. Queríamos colo, pois estávamos triste por termos sido derrotados e queríamos quebrar a Sede do PT, pelos erros que achávamos que teria acontecido dentro daquela convenção, apenas imaturidade de nossa parte.
Saímos dali, ainda mais animados com o nosso partido e entendemos que um dia se perde, mas também que em outro se ganha, mesmo achando que estávamos certos, este é o jogo da democracia.
Ela era nossa Vereadora, não pela tendência, e sim nossa representante política dentro da Câmara.
Crescemos assim e principalmente a partir daquela fala carinhosa sobre o que era o processo democrático e que precisávamos entendê-lo.
Ela estava sempre em tudo que o Partido realizava e tínhamos nela a referência de mulher, brava, guerreira e de voz embolada e pousada, era impar e nunca se dobrou aos machistas das correntes do PT.
Poderia aqui rememorar vários momentos , ela sempre na frente das marchas, dos atos políticos, onde a polícia viciada com a ditadura ainda agia covardemente em cima de nós militantes e sobre o gás lacrimogêneo distribuído democraticamente em cima de todos nós que lutávamos por democracia e as vezes os momentos de luta nos fazia correr Afonso Pena a fora e correr também lágrimas nos olhos de dor e desespero nos corações de tantos que ali estavam presentes.
Não tenho saudade da crueldade do tempo, mas saudade dos lindos momentos vividos e compartilhados, dos ensinamentos na hora do sufoco, saudade do Espaço cultural Dona Helena Greco do Sindicato dos Bancários em sua Homenagem. Espaço este, onde as tribos se misturavam e dali nascia muita poesia , articulações e alegrias , porque a Luta é esta! Sempre Continua!
Salve Dona Helena, salve seu Tempo, sua Coragem, Determinação e Garra, salve suas filhas, sua família e seguidoras, Salve tudo que você deixou de bom, seus ensinamentos e sua solidariedade ao Movimento Negro.
Salve tudo que você deixou de bom para quem quis aprender!


HELENA GRECO PRESENTE ! SEMPRE PRESENTE NA NOSSA LUTA E NO NOSSO CORAÇÃO!


Cleide Hilda
Presidente da Fundação Centro de Referência da Cultura Negra- CONEN MINAS


"Escrever é procurar entender,


é procurar reproduzir o irreproduzível,


é sentir até o último fim o sentimento
que permaneceria apenas vago e sufocador.


Escrever é também abençoar uma vida que não foi abençoada."


(Clarice Lispector)


"Escrever é procurar entender,


é procurar reproduzir o irreproduzível,


é sentir até o último fim o sentimento


que permaneceria apenas vago e sufocador.


Escrever é também abençoar uma vida que não foi abençoada."


(Clarice Lispector)

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