MINISTERIO PUBLICO FEDERAL
25/06/2012 -14:59:44
Horário de Brasilia
PROTOCOLO:
PR-MG-00021094/2012
Belo Horizonte, 25 de junho de 2012.
À Exma. Dra.SILMARA CRISTINA GOULARTDD Procuradora Regional do Direito do CidadãoMinistério Público Federal
Processo número 1.22.000.000167/2009-02
Assunto: SEQUESTRO e DESAPARECIMENTO DE PAULO ROBERTO PEREIRA MARQUES, MILITANTE POLÍTICO DO PCdoB no ARAGUAIA.
Doutora Procuradora, Paulo Roberto Pereira Marques, mineiro, nascido na cidade de Pains, em 14 de maio de 1949, militante político pelo PCdoB foi sequestrado e desapareceu na região do Araguaia.Foi combatente na guerrilha do Araguaia, sob o codinome de Amauri(y).Solicito providências, no sentido de elucidar – trazer à luz – tudo o que se passou com ele.Desaparecido na mesma época, em que desapareceram outros cinco militantes denunciados pelo representante do Ministério Publico Federal, Dr. Andrey Borges de Mendonça que impetrou uma acusação ao Coronel Sebastião Rodrigues, o Curió, por sequestro continuado destas vítimas.Peço ainda à V. Exª, como nossa representante no Estado de Minas Gerais que exija o resgate de sua historia, circunstâncias de seu sequestro e desaparecimento.Este apelo remonta 45 anos de silencio, sobre a verdadeira historia de sua passagem pelo Araguaia. Apenas pedaços chegam até nós. É uma situação insuportável, já que nenhum órgão que representa o Estado Brasileiro se dignou a dar satisfação à nossa família, a não ser um atestado de óbito, sem data, local do falecimento como também a causa mortis, ou seja, sem nenhuma informação que qualquer documento oficial contenha.
Saliento que tive acesso ao livro MATA! O MAJOR CURIÓ E AS GUERRILHAS NO ARAGUAIA, escrito por Leonencio Nossa, da editora Companhia das Letras, a ser lançado, narra várias passagens sobre PAULO ROBERTO PEREIRA MARQUES principalmente nas paginas 66, 70, 123, 125, 174, 183, 184 e 414. O livro não é totalmente esclarecedor, porque seu foco não é dar detalhes do que aconteceu com cada um deles e sim, narrar os fatos conforme as pesquisas feitas pelo autor.
Minha mãe, já com 83 anos, encontra se doente no processo de Alzheimer. É muito triste ouvir dela, todos os dias, que conversa em sonho com ele!...Ou que o viu brincando pela sala... Ou se o encontraram... Ou se ela ainda terá tempo de revê-lo (quando se esquece do seu desaparecimento), enfim...Falar sobre direitos violados, não só dele, meu irmão, mas de sua família inteira, seria repetir o óbvio. E vivemos, dia a dia, a perplexidade desse óbvio.
Atenciosamente,
Maria de Fátima Marques Macedo - CI M 237.193
Anexos: páginas 66; 70; 123; 125; 174; 183; 184 e 414 do livro Mata!
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