Nomes no olho da rua
Márcio Fagundes
O ex-vereador por BH, Betinho Duarte, segue empenhado em varrer das ruas da capital mineira os nomes de torturadores do regime militar. Na semana passada, ele conseguiu que o vereador Tarcísio Caixeta (PT) entrasse com projeto de lei na Câmara Municipal, trocando o nome do delegado Luiz Soares da Rocha, que hoje esquadrinha uma rua n0 Bairro Luxemburgo, pelo do militante histórico Apolônio de Carvalho. Betinho reuniu farta documentação que denuncia o falecido delegado de prática de tortura na Delegacia de Furtos e Roubos. Apolônio era mato-grossense, lutou na Guerra Civil Espanhola e na Resistência Francesa, sendo condecorado com a Legião de Honra. Viveu na clandestinidade no Brasil durante a ditadura Vargas. Mais tarde na ditadura militar. Foi um dos fundadores do PT e morreu em 2005, aos 93 anos. A última vez que os vereadores belo-horizontinos fizeram justiça à história foi há 20 anos, quando tiraram o nome de Dan Mitrione de uma rua do Bairro Mangabeiras. Mitrione era agente da CIA e veio a BH, em 1967, treinar os policiais do Dops em “tortura científica”. Executado pelos tupamaros no Uruguai, foi homenageado aqui. A rua hoje se chama José Carlos Mata Machado, em homenagem ao militante de esquerda mineiro, morto no Recife, em 1973, num tiroteio contra a polícia. Era filho do ex-senador Edgar Godoy da Mata Machado. Betinho garante que o prefeito Marcio Lacerda é favorável ao seu projeto de homenagear Apolônio, mas adianta que sua campanha não vai parar aí. O próximo objetivo, bem mais ambicioso, é mudar o nome do elevado Castelo Branco para elevado Helena Greco.
Nenhum comentário:
Postar um comentário