Carta de Salvador de todos os povos e lutas
A 20ª Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba
Nós, representantes de 19 organizações de solidariedade, de 39 movimentos sociais e partidos políticos de todos os Estados
brasileiros, além do Grupo Parlamentar de Amizade Brasil-Cuba, reunidos entre os dias 24 e 26 de maio, em Salvador, a mais cubana de todas as cidades brasileiras, na Bahia de todos os povos e lutas, na 20ª Convenção Nacional de Solidariedade a
Cuba, reafirmamos a solidariedade do povo brasileiro ao povo cubano e sua Revolução.
A irmandade e a solidariedade entre nossos povos são de longa data. São próprias da formação destas duas nações. Nossa
identidade é cultural, está presente no legado ancestral e no sincretismo das religiões de as cendência africana, na forma
de ver o mundo e enfrentar as dificuldades, está presente nas lutas contra as injustiças, e pelo ideário de que a unidade
da América Latina é nosso destino.
Celebramos neste histórico encontro o compromisso solidário e incondicional com o povo cubano e sua Revolução, que iniciou
o processo de desenvolvimento social de caráter autônomo e soberano naquele país – a epopeia iniciada em janeiro de 1959,
com a qual o povo cubano tem superado seus próprios limites, criando as bases de uma nova sociedade, mais justa e fraterna,
adquirindo moral e autonomia perante o mundo inteiro para resistir aos assanhamentos do império estadunidense, raivosos vizinhos do norte.
Ao longo destas cinco décadas, o povo cubano tem sido exemplo de vida e heroísmo para os povos ao redor do mundo.
A Revolução herdou um país pobre, socialmente injusto, ferido por anos de ditadura apoiada pelo s Estados Unidos. Em poucos
anos o povo cubano, liderado por Fidel Castro, transformou Cuba numa nação livre, soberana, socialmente desenvolvida, com índices de alfabetização, expectativa de vida, mortalidade infantil e nível cultural comparáveis aos dos países mais desenvolvidos.
Hoje, a 53 anos da vitória de janeiro de 1959, a política de isolamento dos EUA imposta a Cuba foi derrotada. Hoje, apesar das hostilidades estadunidenses, Cuba está plenamente integrada e ativa nos principais processos de integração que se
desenvolvem na região, com destaque para a Alba e a Celac, mantém frutíferos intercâmbios com a Unasul e o Mercosul.
Constatamos com satisfação que, na última Cúpula das Américas, quem ficou isolado foram os EUA, país cujo governo continua aplicando políticas hostis à Ilha.
Dentro deste contexto denunciamos o perverso e criminoso bloqueio econômico que já custou mais de US$ 950 bilhões à
economia cubana. Este ato ilegal perpetrado pelos EUA é a cada ano mais repudiado na Assembleia das Nações Unidas.
Repudiamos as tentativas de grupos da máfia de Miami, de inibir as relações comerciais entre Brasil e Cuba.
Repudiamos as ações de terrorismo de Estado perpetradas pelos EUA contra o povo cubano. Elas vão de sabotagem por meio de ataques bacteriológicos ao rebanho suíno e à agricultura, até o apoio ostensivo a grupos paramilitares e terroristas sediados em Miami que ceifaram milhares de vidas inocentes. Entre essas ações se inclui o abominável crime cometido contra o avião civil cubano em Barbados.
Reiteramos uma vez mais nossa solidariedade com os cinco heróis cubanos, cuja missão foi impedir que atos terroristas como o de Barbados continuassem ocorrendo.
Por isto, exigimos a sua imediata liberdade. Comprometemo-nos a difundir por todos os meios a nosso alcance a causa dos
cinco. De igual modo, nos somamos ao conjunto das ações organizadas internacionalmente por sua libertação.
Somamos nossas vozes às de todos os democratas do mundo exigindo o fechamento da base de Guantânamo e que cessem
imediatamente as violações aos direitos humanos ali praticadas contra presos indefesos. Quem viola os direitos humanos são
os Estados Unidos e não Cuba.
Condenamos as campanhas midiáticas contra Cuba, assim como o bloqueio genocida aplicado contra seu povo por parte do imperialismo estadunidense.
Comprometemo-nos a romper os muros do silêncio, desmascarar as mentiras, e a promover a verdadeira realidade cubana e suas enormes conquistas de humanismo, que se expressam entre outras coisas na política internacionalista de seu povo e governo ao ajudar os mais necessitados deste mundo.
Ratificamos o compromisso de divulgar com objetividade o processo d e atualização do modelo econômico socialista de Cuba, implementado por seu governo e com apoio de seu povo. Confiamos plenamente na capacidade deste e da direção da Revolução para atingir estas novas conquistas.
Felicitamos o povo cubano que, não obstante as dificuldades decorrentes do bloqueio, jamais negou sua mão solidária aos
povos do mundo, seja com o envio de profissionais de alta competência em missões humanitárias nos mais longínquos e remotos pontos do globo, seja com a formação acadêmica de milhares de jovens dos países mais pobres.
Chegamos ao final desta 20ª Convenção após ter realizado atividades em 22 Estados do país, fortalecendo a corrente da
solidariedade a Cuba e sua Revolução.
Este processo demonstrou:
1 - Que nas atuais condições de nosso país é possível ampliar o aporte do movimento de solidariedade ao incremento das
relações bilaterais ent re Brasil e Cuba.
2 - Que o movimento de solidariedade hoje está em condições de dar um salto de qualidade, com novos atores, com mais
maturidade, renovada vontade de trabalho coletivo e o mesmo espírito unitário e solidário de sempre.
3 - Que é possível e necessário que em nossos 27 estados o espírito solidário brasileiro dê novas mostras de compromisso
com a defesa da Revolução cubana e de seu povo,impulsionando ações pela libertação dos cinco heróis e contra o bloqueio.
Eles são apenas 1%. Somos milhões e estamos com Cuba!
Em defesa da autodeterminação, da integração latino-americana e caribenha e da paz!
Viva a amizade e a solidariedade entre o Brasil e Cuba!
Viva a irmandade entre nossos povos!
Fim ao bloqueio e libertação dos cinco heróis já!
Salvador, Bahia, 26 de maio de 2012
A 20ª Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba
Nenhum comentário:
Postar um comentário