quinta-feira, 3 de maio de 2012

DIA NACIONAL PELA MEMÓRIA, A VERDADE E A JUSTIÇA!

Caro companheiro



Indignado com as revelações do torturador CLÁUDIO GUERRA (MEMÓRIAS DE UMA GUERRA SUJA)("MILITANTES DE ESQUERDA FORAM INCINERADOS EM USINA DE AÇÚCAR") participei do ato ,hoje, dia 03 de outubro. Há anos venho lutando por justiça e continuarei até que todos os torturadores , ditadores e assassinos sejam julgados ,condenados e de preferência morram nas cadeias. Caso isso não aconteça uma das sugestões é criarmos tribunais populares para julgar esses bandidos.
"QUEM ESQUECE O PASSADO ESTÁ CONDENADO A REPETI-LO" Leon Bloy
Abraços
BETINHO DUARTE
 Belo Horizonte, 3 de maio de 2012
DIA NACIONAL PELA MEMÓRIA, A VERDADE E A JUSTIÇA!
PELA MUDANÇA DO NOME DA RUA LUIZ SOARES DA ROCHA!
CHEGA DE HOMENAGENS A TORTURADORES E ASSASSINOS DE PRESOS POLÍTICOS!
Caros moradores e moradoras da
Rua Luiz Soares da Rocha,
Vocês sabiam que esta avenida tem o nome de um torturador e assassino de presos políticos durante a ditadura militar (1964-1985) Luiz Soares da Rocha foi Superintendente de Polícia do Estado de Minas Gerais, em 1969-1970. Atuou, então, como chefe de equipe de tortura na Delegacia de Furtos e Roubos - um dos principais centros de tortura da ditadura militar em Belo Horizonte. Este senhor é também o patrono da principal comenda da Polícia Civil - Medalha Luiz Soares da rocha. Vários cidadãos belorizontinos já a receberam. será que todos eles sabem que foram agraciados com uma medalha que honra um torturador contumaz?
O nome do Sr. Luiz Soares da Rocha aparece cinco vezes na página 33 do Tomo II Vol. 3 Os Funcionários do Projeto Brasil Nunca Mais, publicado pela Arquidiocese de São Paulo, em 1985. Este volume nomeia 444 torturadores denunciados em juízo por presos políticos cujos processos chegaram à instância do Superior Tribunal Militar. Outros três volumes do Projeto Brasil Nunca Mais, intitulados As torturas (Tomo V, vol. 1,2 e 3) compilam os documentos do Superior Tribunal Militar que contêm as denúncias dos presos políticos.
Reproduzimos aqui alguns trechos que se referem à atuação de Luiz Soares da Rocha:


. Depoimento de Afonso Celso Lana Leite, auto de qualificação e interrogatório (1970) - Tomo V, vol. 1 A tortura, p. 184: "...que os interrogatórios dos acusados, inclusive, os do interrogado, foram feitos sob as torturas mais atrozes, ocasionando a morte de dois companheiros seus: João Lucas Alves e Viana Calu: (...) na Furtos e Roubos, os torturadores eram, sob orientação do Dr. Luiz Soares, Saraiva, Pereira e outros; que os acusados foram submetidos a: paus-de-arara, choques elétricos; principalmente, na Furtos e Roubos e no Dops, foram terrivelmente espancados (...)."
. Depoimento de Angelo Pezzuti da Silva, auto de qualificação e interrogatório (1969) - Tomo V, vol. 2 A tortura, p. 310: "(...) que, na Delegacia de Furtos e Roubos, o interrogado foi torturado, com outros companheiros, sendo para tanto utilizado o pau-de-arara, os choques elétricos e a hidráulica de cabeça para baixo, tem introduzido na sua narina e tamponada a boca um tubo pelo qual se destila a água que tal processo leva ao afogamento ou a tortura do seu pré-estado que, as pessoas que participaram dessas torturas com relação ao interrogado, foram os indivíduos chamados Pereira da DFRBH, Saraiva da DFRBH, José Maria da V, Cecildes da DFRBH, o Delegado Mário Rocha da DFRBH e que estavam presentes o Delegado Lara Rezende e Dr. Luiz Soares da Rocha foi quem autorizou e orientou e estas torturas. (...)"
. Depoimento de Nilo Sérgio Menezes Macedo, auto de qualificação e interrogatório (1969) - Tomo V, vol. 3 A tortura, p. 341: "(...) Os nomes dos que me torturaram na DFRBH (Delegacia de Furtos e Roubos de Belo Horizonte) são: Lara Rezende, Cota, Luiz Soares da Rocha, Romeu Rocha, Saraiva, Márcio Rocha e outros. (...)".*
Nós, militantes das entidades que assinam esta carta, queremos dar um basta a esta estranha mania da institucionalidade de nossa cidade e de nosso país de homenagear aqueles que praticaram crimes contra a humanidade - que são imprescritíveis e inanistiáveis -, concedendo a eles nomes de rua, cargos públicos e promoções.
Propomos, assim, uma mobilização para exigir a mudança do nome desta avenida. Sabemos que a única maneira de fazê-lo é através da pressão e que a decisão cabe às principais vítimas desta absurda inversão de valores: aquele que têm como endereço a iniquidade do nome de um torturador e assassino de presos políticos.
Hoje, simbolicamente, trocaremos as placas da avenida, rebatizando-a provisoriamente, com o nome do preso político JOÃO LUCAS ALVES, em homenagem a este nosso companheiro militante do Comando de Libertação Nacional / COLINA - assassinado sob tortura, em março de 1969, pela equipe de torturadores chefiada por Luiz Soares da Rocha, na Delegacia de Furtos e Roubos de Belo Horizonte.
A nossa luta é pela erradicação da tortura e pelo direito à memória e à justiça como dimensão básica de cidadania. O exercício deste direito só será possível a partir da punição dos torturadores e assassinos de presos políticos durante a ditadura militar e da abertura irrestrita dos arquivos da repressão. Não podemos tolerar que ruas, avenidas, praças, estádios e elevados de nossa cidade ostentem os nomes de ditadores, torturadores e assassinos.
*Estes documentos estão disponíveis em www.torturanuncamais.rj.org.br www.armazemmemoria.com.br; www.prr3.mpf.gov.br que contêm a íntegra do Projeto Brasil Nunca Mais, Arquidiocese de São Paulo, 1985.
Assinam esta carta:
Coletivo Mineiro Popular Anarquista (COMPA), Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania (IHG), Juventude do PSTU, Levante Popular da Juventude, Liga Estratégia Revolucionária (LER-QI), Liga Operária, Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Movimento feminino Popular (MFP), Movimento Marxista 5 de Maio (MM5), Partido Comunista Brasileiro (PCB), Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU).

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